A Câmara de Cáceres acompanha de perto o caso dos taxistas bolivianos em situação irregular que transportam ageiros em Cáceres e região.  Na manhã desta sexta-feira (16.05), em reunião na Câmara, foram comunicados aos taxistas cacerenses novos avanços em relação à pauta, principalmente o aumento da fiscalização para coibir as ações dos taxistas ilegais.  3x4u6z

"A prefeitura informou que vai intensificar a fiscalização nos pontos em que esses taxistas costumam pegar ageiros na cidade. Também haverá cobranças de regulamentação por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Gefron [Grupo Especial de Fronteira], na fronteira entre Cáceres e San Matias", destacou o vereador Professor Domingos (PSB). 

Domingos foi o responsável por mediar a reunião com os taxistas brasileiros, que foi convocada pelo presidente do órgão, Flávio Negação (MDB). Também participaram da discussão os vereadores Marcos Ribeiro (PSD) e Jorge Augusto (PP).

Domingos frisou que acompanha a situação há anos. Detalhou que a principal reclamação da categoria é em relação aos taxistas bolivianos de San Matias, que operam sem ar pela regularização na prefeitura. 

Assim, esses taxistas não pagam por alvarás e nem vistorias. Eles também rodam com seus veículos pagando mais barato no combustível, o que, segundo o parlamentar, fica uma "concorrência desleal". 

A reunião também contou com a presença de representantes da Secretaria de Fazenda e da Coordenação de Trânsito do município de Cáceres.

SEM GENERALIZAR

Domingos, por outro lado, fez questão de ponderar que há taxistas bolivianos que trabalham de maneira legalizada, transportando ageiros entre Cáceres e San Matias.

Acrescentou que os taxistas cacerenses têm uma relação cordial e de amizade com os colegas bolivianos, que estão regularizados. "A crítica é em relação aos ilegais, que não pagam os mesmos impostos daqueles que andam na lei", disse Domingos. 

RECIPROCIDADE

Ele também criticou a falta de reciprocidade na relação entre os trabalhadores. Disse que os taxistas bolivianos não são impedidos pelos colegas brasileiros de pegar ageiros em Cáceres. Mas, por outro lado, não estaria ocorrendo essa via de mão dupla. 

"Tem taxista lá que não deixa os colegas brasileiros adentrar na Bolívia. Assim, muitos profissionais brasileiros sofrem represálias. O que nós queremos é igualdade para todos, para que brasileiros e bolivianos possam trabalhar de maneira digna e sustentar suas famílias", enfatizou Domingos. 

TRABALHO INTEGRADO

Os vereadores Marcos Ribeiro (PSD) e Jorge Augusto (PP) destacaram a urgência de se resolver o problema que já dura há pelo menos 10 anos. 

Assim, eles reforçaram a necessidade da prefeitura de Cáceres fazer um trabalho de fiscalização integrado com as demais forças policiais, a exemplo da PRF, PF e Gefron. 

Eles também se colocaram à disposição dos taxistas para participar de futuras reuniões  para resolver o problema.

GRUPO DE WHATSAPP

O taxista Júlio da Silva, que trabalha há 28 anos no ramo, esteve presente na reunião da Câmara. 

Ele comentou que os taxistas bolivianos ilegais teriam criado um grupo de WhatsApp para operar dentro de Cáceres. 

"Criaram um grupo e ficam fazendo lotação e corrida aqui, dentro da cidade. E o presidente dos taxistas na Bolívia já disse que eles atuam de maneira ilegal em Cáceres", relatou Júlio. 

Ele detalhou que esses taxistas ficam em 5 pontos estratégicos da cidade: "Ficam aguardando os ageiros lá no Camelô (atrás da Rodoviária Velha), no ponto da Droga Sara, próximo ao Mercado Todo Dia, lá no Posto Carretão e no Hotel Rio Doce".

Júlio também denunciou que alguns desses taxistas estariam circulando em Cáceres com carros de placas clonadas, e que esses veículos também transportam ageiros em cidades da Região Oeste, a exemplo de Mirassol, e também na capital, em Cuiabá.